OPINIÃO | A CADA DIA



 
Título: A Cada Dia
Autor(a): David Levithan
Mês/Ano de Publicação: Fevereiro de 2015
Editora: Topseller


Sinopse:
A cada dia um novo corpo. A cada dia uma nova vida. A cada dia o mesmo amor pela mesma rapariga.

A cada dia, A acorda no corpo de uma pessoa diferente. Nunca sabe quem será nem onde estará. A já se conformou com a sua sorte e criou regras para a sua vida:

Nunca se apegar muito. Evitar ser notado. Não interferir.

Tudo corre bem até que A acorda no corpo de Justin e conhece Rhiannon, a namorada de Justin. A partir desse momento, as regras de vida de A não mais se aplicam. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer estar a cada dia, todos os dias.




Opinião:

Sempre ouvi muito boas criticas acerca deste livro. Por isso, foi com entusiasmo que o comecei a ler. Nunca tinha lido nada de David Levithan e apenas sabia que a sua escrita era classificada como fabulosa, facto que veio a comprovar-se. Porém, não fiquei deslumbrada pela história contada por tais fabulosas palavras.

A principio, fascinou-me ler sob a perspectiva de A, um sujeito que a cada dia muda de corpo. Cheguei a meio do livro um pouco cansada de todas as mudanças. No entanto, gostei particularmente da forma como o autor conseguiu explorar os estereótipos dos adolescentes de hoje em dia ao longo de toda a obra; a rapariga popular, o rapaz jogador de futebol, o menino certinho, o nerd, o gay, a miúda com instintos suicidas, o viciado em drogas. Levithan, abordou temáticas banais de uma forma subtil e ao mesmo tempo reveladora, tornando impossível não estabelecer ligação aos problemas existentes na sociedade de hoje em dia.

Todavia, o amor é a temática mais frequente ao longo das 288 páginas do livro. Sendo um sujeito solitário com uma vida peculiar e complicada, A procura aceitação e amor. Devido à sua condição, é-lhe difícil estabelecer relações duradouras. Ao longo do livro, Levithan fornece-nos amostras daquilo que A é, e de como foi o seu percurso de vida. No entanto, não nos é dada uma explicação concisa e plausível. Percebo qual foi o objectivo do autor, uma vez que no final é revelada uma pista em relação ao estranho modo de vida dele, deixando em aberto a possibilidade de publicação de uma sequela para A Cada Dia.
Embora saiba da existência desta hipótese, penso que foi pela tal falta de backstory que não consegui entrar a 100% nesta história. Sabemos apenas que este individuo muda sempre para um corpo de alguém da sua idade, que viva no mesmo estado e que o género é indiferente.
Em parte, achei pertinente que A mudasse tanto para corpos do sexo feminino, como do sexo masculino, pois permitiu ao autor explorar certos temas de uma forma mais versátil. Não gostei da noção abstracta desta "entidade", que não posso definir como um ELE ou como uma ELA, embora A se autodomine como ELE. Chego a conclusão que A é nada mais nada menos, que uma alma que salta de corpo em corpo e que nunca sabe onde vai parar.

A tenta sempre manter a distancia dos receptáculos que habita por apenas 24 horas. Até que um dia acorda no corpo de Justin e conhece Rhiannon, a namorada do mesmo. A partir do momento que ele conhece esta rapariga, que aos olhos dele é perfeita, A vai tentar conquistar o seu coração. A principio, a sua condição complica tal tarefa. Rhiannon acaba por se habituar ao estilo de vida de A e quando finalmente o aceita, ele parte em busca de pistas ligadas ao seu passado. E é aqui que a minha opinião acerca do livro se transforma completamente.

Para ser sincera, até estava a desfrutar do livro. Embora lhe reconhecesse certas limitações, - como já referi - tinha quase a certeza que lhe iria dar uma sólida pontuação de três estrelas e meia. Mas a súbita mudança de rumo que a história levou surpreendeu-me pela negativa.
Passei mais de metade do livro a ler as queixas de A em relação à impossível relação com Rhiannon. E quando finalmente ela o aceita, ele foge em busca da sua identidade. Consigo perceber que ele sinta necessidade de o fazer, até aí tudo bem. Mas então, qual a finalidade de todo o livro? Quando o ponto de partida do mesmo foi a busca pelo Amor e não pela sua Identidade?

Infelizmente, Levithan não me convenceu. E por isso atribuo a este livro uma pontuação de duas estrelas por respeito à escrita do autor e à abordagem da temática dos estereótipos.




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2 comentários:

  1. uuii só 2 estrelas? já está na minha estante para ler..espero não me desiludir!

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    1. Acredito que não te desiludas, já que muita gente tem uma grande estima por este livro. Pessoalmente, não me convenceu, mas nunca se sabe... Talvez um dia mais tarde o volte a ler e tenha outra opinião... quem sabe!

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